Novamente deixando bilhete, ‘Justiceiros da Fronteira’ fazem mais duas vítimas entre Brasil e Paraguai

Dois jovens, supostamente irmãos brasileiros, foram assassinados na noite do último domingo (1), na fronteira entre Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Essas são a 4ª e a 6ª execuções em menos de uma semana na região.
Como nos outros casos, um bilhete, assinado pelos “Justiceiros da Fronteira”, foi deixado ao lado dos corpos. No papel verde estava escrito: "não serão aceitos mais roubos na região". No total, os assassinos dispararam mais de 30 tiros.
De acordo com agentes de segurança do Paraguai, os rapazes estavam em uma motocicleta e os atiradores em uma caminhonete. Agora, a Polícia Nacional do Paraguai vai conduzir as investigações.
Na semana passada, o casal Mateo Martínez Armoa, de 21 anos, e Anabel Centurion Mancuelo, de 22, foi executado com mais de 40 tiros em um bar, também na cidade de Pedro Juan Caballero.
Junto ao corpo de Mateo foi deixado um papel, em que estava escrito, em espanhol: “Por favor não roubar”. O papel foi assinado por “Justiceiros de la Frontera”.
Dias depois, um adolescente foi encontrado morto, com as mãos decepadas. Em cima do seu corpo foi deixado um bilhete, em que se lia: "Os justiceiros estão de volta, avisamos que é só o começo da morte dos ladrões".
Os casos lembraram outros dois que ocorreram em maio deste ano. No primeiro, um homem não identificado foi executado com tiros de fuzil entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. O momento foi captado por câmeras de segurança e o vídeo circulou na internet na época.
Em outro caso, pistoleiros mataram três homens na cidade paraguaia Yby Yaú, no departamento de Concepción, que não fica longe de Pedro Juan Caballero. Em cima dos corpos, os pistoleiros deixaram cartazes com os dizeres: “não roubem”.
O delegado Clemir Vieira, comandante da Polícia Civil em Ponta Porã, explicou que a maioria dos casos de execução na linha de fronteira acontecem do lado paraguaio, por isso as investigações são conduzidas lá. "Estamos em alerta, não ficamos alheios, mas formalmente não investigamos os casos recentes", afirmou.
Vieira, ainda assim, comentou o caso. “Coincidentemente, a maioria [dos executados] tem antecedência em crimes contra o patrimônio". Ele acredita que as investigações poderão apontar quem são os “Justiceiros da Fronteira”.
"Eles se denominam dessa forma. Não deixa de ser uma organização criminosa que faz justiça com as próprias mãos", afirmou.
O delegado disse que nenhum caso, assinado por "Justiceiros da Fronteira" ocorreu recentemente em Ponta Porã, mas não descarta que possam haver ocorrido execuções parecidas na cidade brasileira no passado.
Ele lembrou também que não está claro se os crimes foram cometidos por um indivíduo ou um grupo.
"Às vezes pode ser apenas um homem, ainda estamos em investigação e não temos nenhuma informação da polícia paraguaia. Conosco não temos nenhuma informação sobre a investigação", disse. (Yahoo Notícias)