Morre, aos 83 anos, o arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná

O ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner morreu aos 83 anos, na manhã quinta-feira (27). Ele estava internado desde o dia 21 de maio no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba, após apresentar um quadro de febre em decorrência de complicações de doença renal crônica.
Lerner vinha fazendo hemodiálise e foi hospitalizado, de acordo com o ex-chefe de gabinete do político, Gerson Guelmann.
Ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba, Lerner tinha 83 anos e recentemente chegou a ser diagnosticado com Covid-19 em março, mas se recuperou. Ele tomou as duas doses de vacina contra a doença.
Ele foi casado com Fani Lerner e teve duas filhas: Andrea e Ilana. A esposa morreu aos 63 anos, em maio de 2009, vítima de câncer.
Arquiteto e urbanista formado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), Lerner ficou afastado da política nos últimos anos.
Ele foi prefeito de Curitiba por três vezes entre as décadas de 1970 e 1990, por Arena, PDS e PDT. Depois, foi governador do Paraná por dois mandatos consecutivos, de 1995 a 2002 –elegeu-se primeiro pelo PDT e, em seguida, pelo então PFL (atual DEM).
Em março deste ano, Lerner teve Covid-19, mas na ocasião apresentou somente sintomas leves da doença
Lerner ganhou projeção nacional e internacional pelos projetos arquitetônicos e urbanísticos que desenvolveu para Curitiba, como os feitos em calçadões, parques e no sistema de transporte da capital paranaense.
Após deixar a Prefeitura de Curitiba, indicou como sucessor, na época, Rafael Greca que comandou a cidade entre 1993 e 1996.
Em 1997, Lerner, deixou o PDT após divergências com o principal líder do partido na época, Leonel Brizola. Em seguida, filiou-se ao então PFL.
Em entrevista à Folha no ano passado, falou sobre sua visão para as cidades brasileiras no pós-pandemia. Abolir a divisão dos bairros por função ou renda foi uma das propostas que apresentou.
“Diversidade é qualidade de vida”, disse na ocasião. Ele também pensava em um novo papel para os carros, que ele chamou de “o cigarro do futuro”.
Questionado sobre o momento político do país, Lerner disse que “em termos políticos o que deveria existir é a boa convivência entre aqueles que não concordam, isso está difícil”.
“O que eu gostaria de ver é uma visão mais humana, mais próxima, não antagônica, espero que isso aconteça. Todas as cidades que têm apresentado crise nessa pandemia precisam ser repensadas com mais solidariedade”, disse.
Lerner também foi presidente da União Internacional dos Arquitetos durante os anos de 2002 e 2005. Em 1990, ele foi condecorado com o Prêmio Máximo das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em Nova York.
Desde que deixou a política, atuava no desenvolvimento de projetos de arquitetura e urbanismo para os setores público e privado de diversas cidades no Brasil e no exterior, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, Recife, Havana (Cuba), Caracas (Venezuela), Xangai (China), Luanda (Angola), David (Panamá), Mazatlán (México) e Santiago de Los Caballeros (Republica Dominicana). (Redação Banda B, com informações da Fohapress)