Moradores em situação de rua morrem durante noite mais fria do ano no Centro de São Paulo

Um morador em situação de rua morreu durante a noite mais fria do ano na cidade de São Paulo. O caso aconteceu na última quarta-feira (28), no bairro do Pari, na região central da capital.
Os termômetros marcaram 5,3ºC às 8h no Mirante de Santana, na Zona Norte de São Paulo, local de aferição oficial do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Mais cedo, às 7h, a temperatura já tinha batido o recorde dos últimos 5 anos, quando registrou 6ºC.
Segundo a medição do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE), a temperatura média foi de 4,7°C. O recorde anterior era de 5,4°C, no dia 20 de julho.
Flávio Bastos tinha 65 anos e, de acordo com o Movimento Estadual da População de Rua de São Paulo, o óbito aconteceu em razão da exposição ao frio. A Polícia Militar afirmou que a vítima morreu após passar mal.
Flávio foi atendido na Rua Araguaia por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e um médico constatou o óbito.
Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, em entrevista à BBC Brasil, e o Movimento Estadual da População de Rua de São Paulo, ao G1, afirmam que ao menos mais duas mortes ocorreram na madrugada de quinta (29).
A previsão da administração municipal é fornecer cinco mil pratos de sopa por noite e distribuir 3,2 toneladas de agasalhos e cobertores oferecidos numa parceria com a Cruz Vermelha.
As tendas também terão atendimento médico e ônibus disponíveis para quem quiser pernoitar nos centros de acolhida da capital.
O governo de São Paulo anunciou na quarta (28) que a estação Dom Pedro II, da Linha 3-Vermelha do Metrô, vai funcionar como abrigo para pessoas em situação de rua nos próximos dias.
A estrutura montada no local terá capacidade para acolher até 400 pessoas e será destinada apenas a homens. O espaço vai funcionar de quarta (28) até sábado (31), sempre das 20h até as 8h do dia seguinte. (G1 SP)