Crack preocupa procopenses

A propagação do crack tem sido uma preocupação constante para as famílias procopenses nos últimos tempos. Apesar da intensificação do trabalho de prevenção, o comércio do crack não para de crescer em regiões apontadas como locais de risco pelo próprio comando do 18º Batalhão da Polícia Militar de Cornélio Procópio. Diariamente, as emissoras de rádio locais têm divulgado informações de pessoas envolvidas com crack em diversos locais da cidade.
A rua Marechal Deodoro, no centro, é um dos locais mapeados como de intenso consumo de drogas, principalmente crack e prostituição que é uma das causas disso. O site de notícias Agora Cornélio tem insistido em dizer que pontos de consumo de drogas são conhecidos da polícia, que tem feito seu trabalho de prisão e apreensão, mas a coisa se espalha de maneira preocupante para as famílias de bem desta cidade. Os locais de consumo de drogas onde são divulgados com frequência pela imprensa são o final da Vila Independência, Conjunto Florêncio Rebolho, Jardim Figueira, Conjunto Aírton Senna, Jardim Progresso, Vila Nova, ruas Amazonas e Portugal, Vila São Pedro e Vila Mariana.
O comércio de drogas em Cornélio Procópio é tão intenso que, recentemente, a polícia descobriu uma plantação de maconha na rua Clarice Lispector, no Jardim Seminário. Três traficantes foram presos: Ricardo de Araújo, 26 anos; Marcos Eduardo Donato Ribeiro, 20 anos e Carlos Roberto Ferreira, 18 anos, além de outros cinco adolescentes entre as idades de 15, 16 e 17 anos.
Nesta última terça-feira (dia 27 de outubro), por exemplo, a polícia apreendeu na BR-369, proximidades do trevo da Aguativa, 10 tabletes de maconha, 1,4 gramas de crack e mil reais em dinheiro. A droga estava no interior de uma maleta. Foi preso no local o motociclista Cleyton Cristiano da Silva, de 27 anos . Ele estava em companhia de um menor de idade. Segundo o tenente Álvaro Talhet, do 18º Batalhão da Polícia Militar de Cornélio Procópio, a droga seria para abastecer traficantes que atuam na região da Vila Nova. As fotos desta apreensão de maconha e crack e que resultou na prisão do motociclista são destaques no site de notícias Agora Cornélio.
Um estudo da psiquiatra Analice Gigliotti, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas, mostra que cerca de 40% dos viciados em crack são pessoas de classe média. "A gente não está falando de meninos de rua, com uma população em que 90% são dependentes pelas condições desfavoráveis em que vivem. Esse dado é baseado em informações dos números de internações em clínicas especializadas, que é um outro público", explica a especialista.
Para a pesquisadora, como o vício do álcool, responsável por um alto índice de homicídios, o crack, uma droga "extremamente lesiva ao cérebro" também pode provocar muitas tragédias. Segundo ela, a droga vai direto para o pulmão, que tem uma grande capacidade de absorção. A quantidade que chega ao cérebro é muito maior do que quando se cheira cocaína, cuja superfície é a mucosa nasal. "A dependência vem rápido", alerta.
O crack realmente acaba com qualquer um. Conforme estudos científicos, ao ser fumado, o crack atinge o cérebro em cerca de oito segundos, após passar pelos pulmões e pelo coração. Vicia com apenas três ou quatro doses. O efeito dura de um a dois minutos. A droga produz insônia, falta de apetite e hiperatividade. "O uso prolongado causa sensação de perseguição e irritabilidade, o que leva o usuário a agir de forma violenta", observa.
De acordo com a pesquisadora, 40% dos usuários pararam de consumir a droga, 10% foram presos e 20% se tornaram usuários crônicos. "São pessoas com estilo de vida muito limitado e que podem continuar usando por dez, doze anos", afirma.
Apesar de ser uma droga estimulante, o crack diminui a quantidade de sangue na região do córtex frontal. Isso pode causar outros problemas mentais como a esquizofrenia, a depressão e a ansiedade. "A pessoa pode desenvolver quadros paranóicos ou mais graves", diz Analice.
Fonte: agoracornélio.com
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