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Advogada brasileira participa de contagem de votos nos Estados Unidos

Por Redação Anuncifacil -

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Uma advogada nascida no Brasil e que atua na Flórida está acompanhando a apuração dos votos na Geórgia, Estados Unidos, a convite do Partido Republicano, do candidato Donald Trump. Ingrid Domingues McConville vive em território norte-americano há 55 anos, 25 dos quais lidando com direito imigratório. Para ela, o “momento é histórico” e o sistema eleitoral "complexo".

“Fui convidada a fazer parte de uma equipe de advogados que está atuando em vários estados, acompanhando a contagem dos votos presidenciais”, contou h a advogada que tem cidadania norte-americana e está em Atlanta, capital do estado da Geórgia.

 “Aqui, estamos supervisionando e ajudando na contagem dos votos recebidos pelo Correio, principalmente aqueles que não podem ser lidos pelas máquinas”, detalhou Ingrid, explicando que tais votos são semelhantes aos habituais cadernos de respostas de provas: preenchidos à caneta e conferidos por máquinas. Quando os equipamentos, por algum motivo, não conseguem contabilizar a resposta, entram em cena os conferentes.

De acordo com Ingrid, o trabalho é exaustivo e exigirá disposição redobrada caso as autoridades do estado confirmem a intenção de recontar os votos para afastar eventuais dúvidas sobre o resultado do pleito. “Até o momento [14h30, no Brasil], não tenho confirmação oficial de que isso vá ocorrer. Estamos ouvindo algo sobre isto, mas não fomos formalmente notificados. E se acontecer, então, sim, será bastante desgastante. Uma recontagem é algo muito sério e teremos que ficar aqui um pouco mais”, disse a advogada, evitando tecer considerações sobre a hipótese de fraudes que Donald Trump vem levantando há meses, sem apresentar provas incontestes.

Embora viva nos Estados Unidos desde criança, a advogada reconhece a dificuldade de se compreender as regras do sistema eleitoral norte-americano. “Ele é muito complicado. E dá soberania aos estados, o que complica ainda mais, já que cada estado tem suas próprias leis. Não há um sistema federal, e neste ponto é completamente diferente do Brasil. Além disso, dentro de cada estado, os condados [municípios] também se metem um pouco”, destacou a advogada, explicando, em parte, o motivo de algumas localidades demorarem a divulgar os resultados dos votos - que, além de apresentados em papel, podem ser enviados pelos Correios, e também antecipadamente.

Perguntada se, como membro do Partido Republicano, concorda com a estratégia da equipe de Donald Trump questionar, na Justiça, o resultado de estados-chave que podem decidir quem será o futuro presidente, se Trump ou o democrata Joe Biden, Ingrid foi sucinta.

“A questão é que os dois partidos querem determinar que todos os votos legais sejam contados. É isto que republicanos e democratas querem. Todo cidadão quer chegar a um resultado correto, independentemente de quem vai ganhar. Todos os votos legais devem ser contabilizados”, disse a advogada, reconhecendo que, para além de exigências simples previstas em lei, como idade mínima, comprovante de domicílio no estado e título eleitoral válido, a controvérsia sobre a legalidade do voto está se dando, principalmente, em torno da data em que parte dos votos enviados pelos Correios foi recebida, e até quando estes devem ser contabilizados. (Agência Brasil)